A frutose é um tipo de açúcar naturalmente presente em frutas, mel e alguns vegetais. No entanto, seu consumo excessivo, especialmente em formas industrializadas (como em refrigerantes, sucos adoçados e alimentos ultraprocessados), têm despertado a atenção da comunidade científica por seus efeitos nocivos no organismo, em especial no intestino e no metabolismo.
Recentemente, um estudo conduzido pelo Instituto Butantan e pela Faculdade de Medicina da USP revelou que a ingestão em excesso de frutose está diretamente relacionada a alterações na microbiota intestinal, inflamação crônica e aumento significativo no risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças hepáticas.
Por que a frutose em excesso é perigosa?
Embora a frutose natural das frutas não represente riscos quando consumida de forma equilibrada, o problema está nas versões adicionadas artificialmente a bebidas e alimentos, como o xarope de milho rico em frutose (HFCS), amplamente utilizado pela indústria alimentícia.
Esse consumo frequente e em grandes quantidades:
- Altera o equilíbrio da microbiota intestinal
- Estimula a produção de substâncias inflamatórias
- Aumenta a resistência à insulina (fator-chave no desenvolvimento do diabetes tipo 2)
- Pode contribuir para o acúmulo de gordura no fígado e para quadros de doença hepática gordurosa não alcoólica
O intestino como centro de tudo
O estudo também reforça o papel central do intestino no controle da saúde metabólica. Com a microbiota desregulada, o corpo passa a absorver de forma inadequada nutrientes e a produzir compostos que favorecem a inflamação sistêmica, criando um ambiente propício para o surgimento de doenças crônicas.
Além disso, a inflamação crônica pode afetar não apenas o intestino, mas também o pâncreas, fígado e músculos, comprometendo o equilíbrio glicêmico e a sensibilidade à insulina.
Como se proteger?
- Evite refrigerantes, sucos de caixinha e produtos industrializados ricos em açúcar
- Leia os rótulos e fique atento aos ingredientes como “xarope de milho”, “açúcar invertido” e “xarope de frutose”
- Prefira frutas in natura (ricas em fibras e com absorção mais lenta)
- Mantenha uma alimentação rica em fibras, vegetais, grãos integrais e probióticos naturais
Atenção aos sinais
Fadiga, aumento da sede, ganho de peso, alterações intestinais, inchaço e alterações no apetite podem ser sinais de alerta para alterações no metabolismo da glicose. Se você tem histórico familiar de diabetes ou hábitos alimentares ricos em açúcares simples, vale a pena conversar com o seu médico e realizar exames preventivos.