As “superbactérias” ou “bactérias super resistentes” representam um problema de saúde global que coloca em risco a eficácia da prevenção e do tratamento de doenças.
O problema está ligado às infecções hospitalares e ao risco de aparecimento de novas cepas de micro-organismos resistentes a medicamentos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os problemas de saúde decorrentes destes micro-organismos e o número de mortes causadas por estas infecções é maior que as registradas por malária e HIV.
Tecnicamente chamada de resistência antimicrobiana (RAM), o problema representa uma epidemia silenciosa, que se espalha em todo o mundo. É considerada uma das dez maiores ameaças à saúde pública global pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Pesquisas
Estudos vêm sendo desenvolvidos em todo o mundo para tentar reduzir a RAM. Além de ocorrer no ambiente hospitalar, as superbactérias se desenvolvem também quando microrganismos (como bactérias, fungos, vírus e parasitas) sofrem alterações ao serem expostos a antimicrobianos (como antibióticos, antifúngicos, antivirais, entre outros).
Um relatório publicado na revista The Lancet Regional Health, mostrou que a resistência antimicrobiana causou quase 600 mil mortes nas Américas em 2019. Nesse mesmo ano, calcula-se que 1,27 milhão de mortes ocorreram por RAM em todo o mundo.
Para evitar o problema, é essencial que hospitais e centros de saúde façam investimentos em programas de qualidade e prevenção.
Antibióticos
O uso indiscriminado de antibióticos é outro problema que merece atenção. Desde 2010, a Anvisa exige a retenção de receita para venda de medicamentos como antibióticos, visando reduzir a automedicação desses remédios associados à geração de bactérias multirresistentes.
Entretanto, o problema é bem mais complexo e demanda investimentos em pesquisas para desenvolvimento de novos tipos de antibióticos.
Esse é um dos grandes desafios da ciência atualmente, pois as superbactérias demandam a descoberta de medicamentos mais fortes. Entretanto, isso pode aumentar a resistência e torná-las ainda mais fortes.
Nova medicação
Recentemente, uma pesquisa realizada na Texas A&M University desenvolveu uma nova família de polímeros capazes de matar bactérias sem forçar um aumento da sua resistência a antibióticos.
Segundo os coordenadores dessa pesquisa, “os novos polímeros podem ajudar a combater a resistência aos antibióticos no futuro, fornecendo moléculas antibacterianas que operam por um mecanismo contra o qual as bactérias não parecem desenvolver resistência.”
É um avanço necessário em um campo que demanda muita pesquisa e investimentos.