O prolapso retal é uma condição em que parte do reto (porção final do intestino grosso) se projeta para fora do ânus. Essa é uma situação que pode causar incômodo e constrangimento, além de comprometer a qualidade de vida do paciente. Apesar de ser mais comum em idosos, qualquer pessoa pode sofrer com essa condição. 

Os avanços na medicina tem permitido que o tratamento dessa condição seja mais eficaz e personalizado. A escolha da melhor abordagem depende da gravidade do quadro, da idade do paciente, da presença de outras condições de saúde e da intensidade dos sintomas.

Tratamento clínico: indicado para casos leves 

Nos estágios iniciais o principal tratamento é o clínico, que inclui:

  • Ajustes na dieta com aumento da ingestão de fibras e líquidos para evitar a constipação
  • Uso de laxantes suaves, quando necessário, para reduzir o esforço durante as evacuações 
  • Fisioterapia pélvica para fortalecer os músculos do assoalho pélvico e melhorar o controle esfincteriano. 

Cirurgias: abordagem definitiva para o prolapso

Em casos moderados ou graves, especialmente quando o prolapso é externo e frequente, a cirurgia é o tratamento mais indicado. 

Existem diferentes técnicas cirúrgicas, e a escolha dependerá do tipo de prolapso, das condições clínicas do paciente e, claro, da experiência do cirurgião. As principais opções são:

  • Retopexia

Essa cirurgia é realizada por via abdominal (aberta, laparoscópica ou robótica). Seu papel é reposicionar o reto e fixá-lo no local correto. Pode ou não envolver a ressecção (retirada) de parte do intestino, em casos selecionados.

  • Cirurgias perineais 

São realizadas por via anal e costumam ser indicadas para pacientes mais idosos ou com alto risco cirúrgico. Os dois tipos mais comuns são:

  • Procedimento de Altemeier: retira o segmento prolapsado 
  • Procedimento de Delorme: remove apenas a mucosa externa do reto

Independente do tratamento escolhido, o acompanhamento com um coloproctologista é fundamental para monitorar a evolução do quadro, prevenir complicações e melhorar os resultados a longo prazo. 

Além disso, é muito importante tratar as causas associadas ao prolapso, como a constipação crônica, esforço evacuatório excessivo e enfraquecimento muscular do assoalho pélvico.