As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), que incluem a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, são condições crônicas que provocam inflamação persistente no trato gastrointestinal. Embora não tenham uma cura definitiva, é possível viver bem e com qualidade através da remissão.

Mas afinal, o que significa remissão e como chegar até ela? 

A remissão acontece quando a inflamação do intestino fica controlada, os sintomas desaparecem e o intestino consegue cicatrizar. Muitas pessoas confundem esse período com “cura”, mas é importante entender que a remissão é uma fase de estabilidade e exige cuidados contínuos para evitar novas crises.

Tratamento medicamentoso 

O primeiro passo para alcançar a remissão é seguir o tratamento corretamente. As opções variam conforme cada caso e podem incluir: 

  • Aminossalicilatos: usados para reduzir a inflamação em casos leves a moderados 
  • Corticosteróides: indicado em períodos de crise, mas não devem ser usados continuamente (acreditem! Recebo no consultório pacientes usando corticoide há anos!). 
  • Imunossupressores: ajudam a diminuir a resposta inflamatória do organismo
  • Terapias biológicas: medicamentos modernos que bloqueiam proteínas específicas da inflamação e têm apresentado ótimos resultados em pacientes com doença moderada ou grave 

Cada combinação é definida por um especialista para manter a segurança do paciente e eficácia do tratamento.

Alimentação equilibrada 

Embora não exista uma dieta única que sirva para todos, a alimentação tem papel essencial no controle da doença. Durante as fases ativas, alguns alimentos podem piorar a inflamação ou causar desconforto.

Orientações gerais incluem: 

  • Evitar alimentos ultraprocessados, embutidos e ricos em gordura
  • Reduzir o consumo de lactose e alimentos que fermentam muito (ex: feijão, brócolis, couve-flor) durante as crises
  • Preferir refeições leves, ricas em proteínas magras (frango, cortes magros de carne vermelha, peixes brancos, salmão, atum), vegetais cozidos e frutas toleradas 
  • Garantir uma boa hidratação, principalmente se houver episódios de diarreia 
  • Avaliar, com orientação profissional, a necessidade de suplementação de vitaminas e minerais.

Um dado interessante é que há fibras que são benéficas na crise, mas outras não. 

Por isso é importante o acompanhamento com nutricionista, pode ajudar a personalizar o cardápio e prevenir deficiências nutricionais. 

Cuidados com o estilo de vida

Alguns hábitos diários fazem diferença real no controle da doença:

  • Manter uma rotina de sono de qualidade 
  • Evitar o tabagismo, que agrava a inflamação e pode reduzir a eficácia de medicamentos
  • Praticar atividade física de forma regular e moderada
  • Reduzir o consumo de álcool
  • Observar sinais de alerta, como dor abdominal persistente, sangramento nas fezes e perda de peso não intencional

Acompanhamento contínuo

Mesmo durante a remissão, é fundamental manter o acompanhamento com o coloproctologista ou gastroenterologista. Exames periódicos ajudam a monitorar a inflamação silenciosa e ajustar o tratamento conforme a evolução do caso.