O câncer de intestino ou câncer colorretal é muito comum, tanto no Brasil quanto no mundo. Inclui tumores que se iniciam na parte do intestino grosso, chamada cólon e no reto (parte final do intestino, imediatamente antes do ânus) e ânus.
A obesidade também é extremamente comum! A Organização Mundial de Saúde alerta que esse é um dos mais graves problemas de saúde que temos para enfrentar. Em 2025, a estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso. No Brasil, essa doença crônica aumentou 72% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019.
Mas existe uma relação entre obesidade e câncer colorretal?
A resposta é sim.
Estudos recentes mostram que o excesso de peso aumenta o risco de desenvolvimento e mortalidade por câncer colorretal.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, a explicação para essa forte incidência ocorre pelo processo inflamatório provocado no organismo. Ou seja: o excesso de gordura corporal provoca um estado de inflamação crônica e aumento nos níveis de alguns hormônios que promovem o crescimento de células cancerígenas, aumentando também as chances de desenvolvimento da doença.
Estudos
Existem diversas pesquisas que indicam que o risco de câncer colorretal aumenta em pessoas obesas. Indivíduos com obesidade severa, definida como um IMC de 40 ou superior, correm um risco ainda maior de desenvolver câncer de intestino.
Uma destas pesquisas, publicada no Journal of National Cancer Institute, investigou a associação entre o consumo de ultraprocessados e lesões precursoras do câncer colorretal. A partir de dados de mais de 22 mil pacientes, entre homens e mulheres, foi possível verificar uma relação positiva, ou seja, a ingestão elevada desses alimentos aumenta o risco relativo de desenvolver pólipos pré-malignos no intestino em 18%.
Outro estudo recente – também publicado no Journal of National Cancer Institute, analisou o papel da obesidade no diagnóstico de alguns subtipos de câncer colorretal. Foram avaliadas mais de 20 mil pessoas, sendo metade delas com a doença. Os resultados relacionaram a obesidade a um risco aumentado em 18% para quatro dos cinco subtipos dos tumores de intestino. A manutenção do peso é, assim, uma medida importante de prevenção.
Pesquisas também sugerem que a obesidade abdominal, na qual o excesso de gordura é armazenado nos órgãos do aparelho digestivo, pode estar fortemente associada a um risco maior de câncer colorretal.
Em suma, é importante que as pessoas com excesso de peso façam mudanças no estilo de vida para reduzir o risco de desenvolver câncer colorretal. Isso inclui a prática de exercícios físicos regulares, a manutenção de um peso saudável e a adoção de uma alimentação saudável.
Câncer colorretal
Os dados mais recentes de óbitos do INCA são de 2020, no qual o câncer de cólon e reto foi a terceira causa de câncer em homens e mulheres. Dos 20.245 de mortes, 9.889 foram do sexo masculino, 8,4% do total de todos os tipos de câncer, atrás do cânceres no pulmão (16.009, ou 13,6%) e próstata (15.841, ou 13,5%). Em mulheres, foram 10.356, 9,6% no número total, não superando o câncer de mama (17,825, ou 16,5%) e pulmão (12.609, ou 11,6%).