Carcinomatose peritoneal é um tipo de tumor que ocorre quando células cancerígenas se disseminam para o peritônio, a membrana que reveste a parte interna da cavidade abdominal.
Isso pode gerar complicações graves, impactando significativamente a qualidade de vida do paciente.
Existem dois tipos principais de Carcinomatose Peritoneal:
1. Tumores secundários (metastáticos): Mais de 90% dos casos originam-se a partir do câncer de outros órgãos que se espalhou e atingiu o peritônio. É uma complicação comum em certos tipos de câncer, como o câncer colorretal, câncer de ovário, câncer gástrico (estômago) e câncer pancreático.
2. Tumores primários (mesotelioma peritoneal maligno): São aqueles que começam no próprio peritônio. Eles são mais raros.
É uma doença que afeta homens e mulheres de todas as faixas etárias e, até poucos anos atrás, era sinônimo de morte. Entretanto, com o avanço das técnicas cirúrgicas e dos tratamentos quimioterápicos tivemos um importante aumento nas chances de cura e a sobrevida.
Sintomas
Na fase inicial, a carcinomatose peritoneal geralmente não apresenta sintomas. Os sintomas podem variar conforme a causa, mas frequentemente incluem:
– Aumento do volume abdominal, o que pode ser causado pelo acúmulo de líquido na cavidade abdominal, conhecido como ascite.
– Dor ou desconforto persistente no abdome
– Alteração do hábito intestinal
– Dor ou sensação de pressão ao urinar
– Aparecimento de hérnias no umbigo ou inguinais
– Perda de peso inexplicada e cansaço.
Quando os sintomas aparecem, geralmente a doença já está mais disseminada na cavidade abdominal. Por isso, é sempre bom manter a rotina de exames e nunca deixar de acompanhar o tratamento.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito por meio de exame físico, laboratoriais, de imagens e biópsias. Já o tratamento para o câncer de peritônio vai depender da origem da doença e do grau de acometimento do paciente. Em geral, é feita uma cirurgia para a remoção completa do tumor.
Após a intervenção cirúrgica, o paciente pode passar por quimioterapia, direcionada especificamente para a área afetada.
Já nos casos de carcinomatose metastática o tratamento depende do local original do câncer. Geralmente envolve a combinação de cirurgia, quimioterapia e, em alguns casos, radioterapia. A quimioterapia intraperitoneal, aplicada diretamente na cavidade abdominal, é uma abordagem comum para esta forma da doença.
HIPEC
Outra possibilidade de tratamento é a terapia HIPEC – quimioterapia intraperitoneal hipertérmica. É um tratamento utilizado em cânceres abdominais avançados, sendo uma alternativa promissora para tumores que até há alguns anos não respondiam bem a nenhum tratamento.
Diferente da quimioterapia convencional, que circula por todo o organismo, no Hipec o quimioterápico é administrado diretamente nas células tumorais do abdômen, com baixa absorção sistêmica, o que permite o uso de doses mais concentradas da medicação.
A concentração da substância quimioterápica é muito mais elevada na Hipec. Além disso, é aplicado diretamente nas células do tumor, o que gera resultados mais efetivos que a aplicação endovenosa. O tratamento também faz uso de temperaturas elevadas (é hipertérmico), o que potencializa os efeitos, pois o calor é tóxico para as células cancerígenas.