Nos últimos anos a microbiota intestinal tem sido o foco de diversas pesquisas.

A microbiota consiste em um conjunto de bactérias e outros microrganismos (vírus, fungos e protozoários) que habitam mucosas e outras superfícies do corpo humano.

Esses micro-organismos afetam funções fisiológicas importantes em nosso organismo, como o metabolismo, funções neurológicas, cognitivas, inflamação e imunidade.

Um novo estudo feito por cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, conseguiu descrever uma nova classe de moléculas (ligadas à evolução do câncer colorretal) capazes de danificar o DNA, levando à formação de tumores.

Câncer colorretal

Também conhecido como câncer de intestino, o câncer colorretal atinge mais de 40 mil novos casos por ano no Brasil, segundo dados do Inca. A doença costuma ser silenciosa, por isso muitos a descobrem em estágios avançados, o que limita as possibilidades de cura.

A pesquisa 

Os cientistas coletaram  amostras de fezes de 11 pacientes com doenças intestinais variadas. Depois analisaram o material e identificaram 100 bactérias distintas, mas normalmente presentes em inflamações do intestino. Então, as cultivaram em laboratório e as aplicaram em ratos.

Como resultado, observou-se que 18 das 100 bactérias produzem moléculas chamadas indoliminas. Elas são produzidas pela Morganella morganii, uma bactéria comum no intestino de pessoas com doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn, retocolite ulcerativa e colites indeterminadas). 

Pacientes que sofrem com doenças inflamatórias intestinais têm maior risco de desenvolver câncer na porção final do intestino. Entretanto, a maior descoberta é que a deficiência dessas moléculas nocivas reduziu o avanço do câncer. 

Perspectivas

A maior limitação desta pesquisa foi a baixa amostragem, além do fato de ter sido feita em ratos. De acordo com os pesquisadores é possível investigar como as indolaminas afetam o DNA e replicar o experimento em humanos. Mais uma esperança para o desenvolvimentos de tratamentos para o câncer colorretal.