As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) levam a um processo inflamatório envolvendo o trato gastrintestinal, que pode ser agudo ou crônico. A doença de Crohn  e a retocolite ulcerativa são as duas DIIs mais conhecidas.

Mesmo sendo doenças distintas, elas têm sintomas em comum como diarreia, dor abdominal e sangramento retal. Os pacientes costumam ter períodos de remissão e de ativação da doença. 

Também podem ocorrer as chamadas manifestações extraintestinais: problemas articulares, cutâneos, oculares, hepáticos, vasculares, entre outros.

Em média, 2 a 6% dos pacientes com Doenças Inflamatórias Intestinais podem desenvolver manifestações oftalmológicas. As mais frequentes são conjuntivite, episclerite, esclerite, catarata, olhos secos, glaucoma e uveíte.

De acordo com a Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD), essas manifestações podem aparecer em qualquer fase da doença – inclusive nas fases iniciais e até mesmo antes do diagnóstico da DII.

Os primeiros sinais a serem observados são olhos vermelhos, fotofobia, sensação de corpo estranho nos olhos e embaçamento visual.

Conheça os principais sintomas associados a essas doenças oculares

Episclerite: o paciente tem sensação de queimação ocular, irritação, dor e vermelhidão. Deve ser diferenciada clinicamente da esclerite, que é uma condição mais grave com sintomas de dor e sensibilidade ocular intensas. 

Uveíte: provoca dor ocular, fotofobia, visão turva e cefaleia.

Catarata: doença que deixa a visão opaca.

Conjuntivite: inflamação da conjuntiva, membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular (o branco dos olhos) e o interior das pálpebras.

Glaucoma: causado principalmente pela elevação da pressão intraocular que provoca lesões no nervo ótico e, como consequência, comprometimento visual.

Embora mais raras, ceratopatia, retinopatia e coriorretinopatia serosa central também podem ocorrer como manifestações extraintestinais nas DII. Os sintomas são, respectivamente, dor e sensação de corpo estranho nos olhos e opacidade na córnea periférica, que pode afinar e perfurar; oclusão da veia central da retina e descolamento da retina.

Tratamento

Seja qual for o problema, as manifestações oculares em pacientes com DII demandam atenção. Ao primeiro sinal de incômodo deve-se buscar a orientação de um oftalmologista e tratamento adequado, em muitos casos imediato.