Cisto pilonidal e fístula perianal são duas doenças bastante incômodas!
A boa notícia é que nos últimos anos as tecnologias evoluíram muito e conseguimos avançar bastante no diagnóstico e no tratamento dessas doenças.
Os procedimentos minimamente invasivos costumam ser os mais indicados, pois eles causam menos dor e permitem uma recuperação mais rápida aos pacientes. Claro, cada caso é um caso e só por meio de uma avaliação individual é que podemos determinar o grau da doença e as melhores ferramentas disponíveis para tratamento.
Em minha experiência tenho visto resultados muito bons, tanto para cisto pilonidal, quanto para fístula perianal, com as técnicas VAAFT e EPSiT.
Para você entender bem esses tratamentos, vou te explicar antes cada doença:
Cisto pilonidal: é uma inflamação que se desenvolve na parte superior da região lombar, perto das nádegas. O cisto é formado por pele e pêlos e, geralmente, contém líquido ou pus. Pode ocorrer em qualquer pessoa, embora seja mais comum em homens jovens. Os sintomas típicos incluem dor, vermelhidão e inflamação na área afetada, e os sintomas podem piorar com esforço físico, tais como levantar pesos.
Fístula perianal: é uma espécie de túnel de comunicação entre o revestimento interno do canal anal e a pele ao redor do ânus. Pode surgir devido a uma infecção, lesão ou cirurgia.
O VAAFT (Video Assisted Anal Fistula Treatment) é um equipamento que foi desenvolvido para o tratamento tanto das fístulas perianais quanto do cisto pilonidal.
O vídeo permite que o médico visualize e identifique todo o trajeto fistuloso, podendo fazer o procedimento que o paciente necessitar e sendo capaz de preservar integralmente a musculatura esfincteriana. No caso do cisto também permite uma visão interna privilegiada, facilitando uma limpeza mais completa de todo o conteúdo do cisto.
Já o EPSiT (Endoscopic Pilonidal Sinus Treatment) é uma nova técnica minimamente invasiva para o tratamento de cistos pilonidais e recidivas. Trata-se de um tratamento endoscópico. É uma aplicação natural do VAAFT, desenvolvido para o tratamento das fístulas perianais, ao tratamento do cisto pilonidal. Ele é realizado com o auxílio de um instrumento óptico fino (fistuloscópio), conectado a um sistema de vídeo (VAAFT) e permite a visualização total da fístula.
Depois de removido o conteúdo, é feita uma cauterização. O período de cicatrização é de aproximadamente 3 semanas. As maiores vantagens dessa técnica estão na recuperação mais rápida do paciente, menos dor no pós-operatório e a chance de voltar mais rápido às atividades diárias.
Os resultados têm sido muito bons. Um artigo publicado na revista inglesa Colorectal Disease, feito em 250 pacientes acompanhados após realização de EPSiT, mostrou cicatrização completa e sem recorrências em 94,8% deles. Também foram registrados excelentes resultados na melhora da qualidade de vida.