Recentemente, a influencer e ex-BBB Adriana Sant’Anna divulgou em suas redes sociais os “benefícios” da hidrocolonterapia – um tratamento que visa limpar o intestino, eliminando fezes acumuladas e velhas.
Ela escreveu: “Um das sete maravilhas do mundo. Eu estava cheia de gases, com dores abdominais terríveis”.
Como coloproctologista, preciso alertá-los: esse tratamento não é reconhecido pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP).
Em Nota técnica, a Comissão Científica da SBCP explicou que a prática da hidrocolonterapia e a suposta autointoxicação pelo acúmulo de fezes antigas no intestino foram cientificamente desmentidas por volta de 1920.
Conforme a Nota: “estudos científicos demonstraram não haver qualquer relação entre a presença de fezes no cólon e algum tipo de intoxicação no nosso organismo. A ideia de que as fezes poderiam ficar presas à parede do intestino por vários anos também é completamente descabida. Estudos realizados em procedimento cirúrgicos e autópsias nunca evidenciaram a presença de fezes firmemente aderidas à parede do intestino grosso.”
Existem algumas situações bastante específicas nas quais o cólon pode ser limpo. São casos de exames, como a colonoscopia, ou cirurgias que demandam uma limpeza intestinal. Nesses casos, o procedimento deve ser indicado por um médico.
Riscos
A prática de limpeza intestinal sem indicação e feita por pessoas não habilitadas pode apresentar uma série de riscos, tais como: perfuração do intestino, infecção intestinal, alterações na microbiota intestinal, disbiose, desidratação, distensão abdominal, cólicas e sangramento.
Caso você sofra com trânsito intestinal lento, excesso de gases ou constipação, marque uma consulta com um coloproctologista, que é um profissional especializado e poderá realizar uma avaliação médica completa e indicar o melhor tratamento para o seu caso. Não coloque sua saúde em risco.