Há alguns anos, médicos e cientistas têm percebido uma elevação nos índices de câncer colorretal em adultos com menos de 55 anos.
Além disso, o número de mortes pela doença cresceu 90% nas duas últimas décadas, de acordo com a organização Fight Colon Cancer.
Para descobrir as causas, muitas pesquisas e estudos vêm sendo realizados ultimamente. Um desses estudos, feito no Reino Unido, indica que a conexão entre o uso dos antibióticos e o câncer colorretal não é uma coincidência, sendo que o fato de os casos se reproduzirem ao redor do mundo, em diferentes populações, reforça esta tese.
O tema é muito relevante, pois o uso de antibióticos é bastante difundido na medicina atualmente. Não podemos negar a necessidade de antibióticos, mas precisamos evitar os excessos e a automedicação.
Certamente não é todo mundo que usa antibióticos que vai ter câncer. No entanto, esse tipo de medicamento precisa ser usado com parcimônia e apenas quando necessário.
A pesquisa mostrou que o uso dos antibióticos foi feito uma década antes dos diagnósticos, o que indica que essas medicações levam um tempo grande para gerarem complicações como tumores.
Estudo de revisão
Outro estudo de revisão publicado no BMJ Journals mostrou que níveis mais elevados de exposição a antibióticos estão associados a um risco aumentado de câncer colorretal.
De acordo com os pesquisadores existem evidências de que os antibióticos induzam uma mudança na composição do microbioma intestinal e criem um estado pró-inflamatório que promove a formação de células cancerosas.
A pesquisa identificou 6031 estudos. E os resultados mostraram que os indivíduos com o nível mais alto de exposição a antibióticos eram 10% mais propensos a desenvolver câncer colorretal em comparação com aqueles com exposição mais baixa.
Mostraram ainda que o o uso de antibióticos, especialmente no início da vida, leva à perda de biodiversidade no microbioma intestinal e a distúrbios metabólicos de longa duração. Os antibióticos também criam um microambiente que favorece a formação de tumores.