As doenças orificiais são aquelas que podem causar sintomas como dor, sangramento, inchaço, coceira ou caroço na região anal, alteração do ritmo intestinal, incontinência fecal, entre outros.
As opções de tratamento para as doenças orificiais dependem do tipo, da gravidade e da localização da doença. Algumas doenças podem ser tratadas com medicamentos ou mudanças de hábitos alimentares.
Outras, entretanto, podem demandar intervenções cirúrgicas ou minimamente invasivas.
Podemos dizer que as técnicas minimamente invasivas são aquelas que minimizam o trauma relacionado à cirurgia, especialmente as que evitam grandes cortes ou incisões. Em alguns casos nem mesmo será necessária a realização de cortes, pois é possível a realização de cirurgias por orifícios naturais do corpo, como é o caso do canal anal.
Graças à grande evolução tecnológica que ocorreu desde a década de 90, temos hoje uma gama variada de técnicas cirúrgicas minimamente invasivas que podem ser aplicadas em coloproctologia.
Vou abordar neste artigo três tipos de cirurgia minimamente invasivas que podem ser usadas no tratamento do câncer colorretal e de outras doenças orificiais: a videolaparoscopia, a cirurgia robótica e a cirurgia transanal. Elas diminuem o desconforto após a cirurgia e permitem recuperação mais rápida.
Videolaparoscopia
Utiliza-se uma câmera de alta resolução e instrumentos específicos, com tamanho reduzido. O cirurgião faz pequenas incisões no abdômen do paciente e insere os equipamentos por esses orifícios para fazer a operação. As imagens vão para um monitor de vídeo que amplia o tamanho e permite ver, com riqueza de detalhes, as estruturas a serem operadas.
Cirurgia robótica
Indicada preferencialmente para tumores no reto em situações em que videolaparoscopia é mais difícil de ser realizada (pessoas obesas ou com sobrepeso, por exemplo). A cirurgia robótica tem como vantagens imagem tridimensional de alta definição e instrumentos flexíveis que dão grande liberdade de movimentos ao cirurgião.
Cirurgia transanal
Na cirurgia transanal minimamente invasiva os instrumentos são inseridos pelo ânus do paciente, o que chamamos de cirurgia de orifício natural. É indicada para pacientes com tumores no reto ou porção final do cólon sigmóide que estejam, ainda, em estágios iniciais. A técnica pode ser utilizada para remover pólipos complexos e grandes, com impossibilidade de serem removidos por colonoscopia.
Existem outras intervenções minimamente invasivas em coloproctologia, como a ligadura elástica, por exemplo, usada no tratamento de hemorroidas. O importante é consultar um coloproctologista regularmente para prevenir e tratar as doenças orificiais, especialmente o câncer de cólon, reto ou ânus, que tem maiores chances de cura quando diagnosticado precocemente.