O câncer colorretal é um dos tipos de tumor mais incidentes e letais no Brasil e no mundo.
Apesar da alta incidência, a boa notícia é que o tratamento tem evoluído muito nos últimos anos, graças ao desenvolvimento de novas terapias que visam alvos específicos nas células tumorais, ou que se utilizam nanotecnologia para otimizar a absorção de medicamentos, além de técnicas avançadas de radioterapia para aumentar a precisão e a efetividade da radiação.
Esses avanços permitem oferecer aos pacientes com câncer colorretal um tratamento mais personalizado, eficaz e seguro, melhorando sua sobrevida e sua qualidade de vida.
Neste artigo vou explicar algumas dessas inovações. Confira:
Anticorpos monoclonais
Anticorpos são proteínas produzidas no nosso organismo que ajudam o sistema imunológico a combater vírus, bactérias e câncer através do reconhecimento de antígenos.
Anticorpos monoclonais (MABS) são moléculas produzidas em laboratório que se ligam a alvos específicos nas células tumorais ou no ambiente ao redor delas, bloqueando sua proliferação, invasão ou resistência.
Muitos anticorpos monoclonais terapêuticos estão em desenvolvimento e devem chegar em breve à prática clínica. No caso do câncer colorretal, já existem tipos de MABS que podem ser utilizados, desde que haja indicação médica.
Nanomateriais
A nanotecnologia estuda a produção e uso de partículas em escala nanométrica, de 1 a 100 nm, que podem ser aplicadas em várias áreas, como na indústria tecnológica ou na medicina. Tem chamado a atenção dos cientistas pelo seu bom desempenho em ensaios científicos.
Uma das maiores vantagens da nanotecnologia é que ela oferece uma alta sensibilidade para diagnóstico de cânceres em estado inicial, aumentando as chances de cura completa antes da doença atingir níveis mais críticos como metástase.
Além disso, o uso de nanomateriais permite carregar medicamentos, genes ou radiação diretamente para as células tumorais, aumentando sua eficácia e reduzindo seus efeitos colaterais. Para isso, podem ser utilizados diferentes materiais, como metais, polímeros ou lipídios.
Radioterapia de intensidade modulada
É uma tecnologia de alta precisão, que permite isolar com precisão a área do tumor a ser tratada. Assim, é possível emitir uma dose de radiação maior (naquela área específica), com menor efeito sobre as células sadias adjacentes, beneficiando os pacientes e diminuindo bastante a toxicidade no tratamento.
Para realizar esse tipo de tratamento, realizamos um exame (tomografia) no qual podemos ter as imagens da região do tumor. Depois disso, o especialista entra com algumas informações em um software, especificando a dose mínima e máxima que devem ser aplicadas, assim como o nível de tolerância das células sadias.
O programa de computador irá analisar e ajustar as informações, adequando a intensidade de feixes em cada ponto da região às doses estabelecidas pelo médico. São milhares de cálculos específicos para se chegar às doses ideais para cada região.