Por definição, os antibióticos são medicamentos que destroem ou inibem o crescimento de microrganismos patogênicos, ou seja, aqueles que causam doenças. 

Apesar de terem revolucionado a medicina ao reduzir a morte por infecções como tuberculose e meningite bacteriana, que eram mortais até então, o uso inadequado da antibioticoterapia pode resultar em resistência dos patógenos a esses medicamentos e no desequilíbrio da microbiota intestinal, causando efeitos adversos como diarreia, náusea e vômitos. 

Alguns estudos revelam que pacientes tratados com antibióticos por uma semana já começam a sofrer efeitos na microbiota intestinal, como perda da diversidade bacteriana e aumento da resistência aos antibióticos por 6 meses até 2 anos após o tratamento. 

Mas, voltando ao nosso foco: o consumo em excesso desses medicamentos interfere na flora intestinal, causando uma condição chamada disbiose, que nada mais é do que um desequilíbrio entre as bactérias boas e ruins do intestino. 

Essa é uma condição que tem cura, mas, quando não é tratada, pode fazer com que as bactérias “ruins” cheguem até o sangue, causando uma infecção em todo o organismo, podendo em, casos mais graves, levar à morte. 

  • Diagnóstico da disbiose intestinal

O diagnóstico dessa condição pode ser feito através do exame do microbioma intestinal. Esse teste consiste em um estudo genético realizado a partir de uma amostra fecal do paciente, que permite mapear a população de bactérias e, assim, identificar quais estão predominando no intestino. 

Outro exame que pode ser feito é o Teste Respiratório para pesquisa de super crescimento de intestino delgado.

  • Tratamento da disbiose intestinal 

O tratamento da disbiose envolve uma série de medidas, incluindo a adequação de alguns aspectos comportamentais, o planejamento de uma dieta saudável e a prescrição de medicamentos. 

Do ponto de vista comportamental, alguns hábitos precisam ser abandonados, como o tabagismo, o consumo de álcool e o sedentarismo. Além disso, é necessário evitar também situações estressantes. 

Já quanto à alimentação, é fundamental priorizar uma dieta rica em fibras, que conte com diversos in natura ou minimamente processados. Esse tipo de alimentação pode estimular a defesa do organismo e a produção de microrganismos que contribuam para a correção da disbiose.

Em alguns casos, pode ser necessário recorrer ao tratamento medicamentoso, recorrendo aos probióticos (bactérias vivas) e, em doses controladas, antibióticos.