Os dois principais tipos de Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) são a doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa.

A Retocolite Ulcerativa afeta apenas o reto e as camadas mais superficiais do cólon, conhecido como intestino grosso. Já a doença de Crohn pode atingir todo o trato digestivo, da boca ao ânus, sendo mais prevalente no intestino delgado, cólon e região perianal, causando inflamação de todas as camadas intestinais.

De acordo com estatísticas da SBCP, mais 5 milhões de pessoas espalhadas pelo mundo já foram diagnosticadas com DII.

Não se sabe exatamente o que causa essas doenças, mas são problemas crônicos que precisam de acompanhamento médico.

O diagnóstico precisa ser feito de maneira bem cuidadosa, pois as duas doenças podem ter sintomas em comum, como diarreia persistente, dor abdominal, fadiga e perda de peso.

O diagnóstico se baseia na história do paciente, avaliações físicas e exames como a colonoscopia, estudo radiológico do trânsito intestinal, tomografia computadorizada e ressonância magnética.

Tratamento

O tratamento das DII tem duas fases: indução e remissão. O tipo de terapia a ser empregada varia conforme fatores individuais: extensão e gravidade da doença, locais acometidos, idade do paciente, comorbidades, entre outros aspectos.

Em todos os casos, o objetivo principal do tratamento é alcançar a manter a remissão completa a longo prazo. As principais formas de tratamento são: medicamentos, cirurgia (apenas quando há necessidade), dieta e controle do estresse.

Em relação aos medicamentos, tradicionalmente são indicados imunossupressores e corticoides. Entretanto, os medicamentos biológicos e os biossimilares trouxeram uma grande evolução no tratamento das DIIs ao permitir melhor cicatrização da mucosa intestinal, o que impede o avanço dessas enfermidades.

Os medicamentos biológicos são produzidos a partir de uma matriz biológica: célula viva, tecido, órgão ou bactérias. Em muitos casos, eles têm a capacidade de aumentar a resposta imune do corpo.

E os biossimilares são medicamentos que têm o mesmo mecanismo de ação de um biológico, porém não são idênticos. Os medicamentos biológicos demandam tecnologias complexas para sua produção e isso eleva os custos. A quebra de patentes dos medicamentos biológicos veio permitir a produção de biossimilares.

Indicações

Nem todos os pacientes com doenças inflamatórias intestinais precisam de medicamentos biológicos. O médico irá fazer uma avaliação individualizada e acompanhar a evolução da doença e as resposta aos tratamentos.

As indicações mais comuns para o uso dos biológicos em pacientes com doença de Crohn e retocolite ulcerativa são nos casos de doença moderada a grave ou que não responderam ao tratamento com os medicamentos da terapia convencional (em geral, imunossupressores e corticoides) e, ainda, quando apresentaram alguma reação adversa a esses medicamentos.

Cirurgia

Normalmente, ela é feita nos pacientes que não apresentam melhora com o uso dos remédios.

Dieta e controle do estresse

Normalmente recomenda-se que o paciente evite comer os alimentos que ele percebe que pioram os sintomas. Em algumas fases da doença deve-se evitar excesso de fibras e, em outras, lactose. Mas, somente o médico, com apoio de um nutricionista, podem dar orientações mais individualizadas em relação à dieta.

Técnicas de controle do estresse e apoio psicológico também integram o tratamento e podem ajudar a pessoa a lidar com a tensão de ter uma doença crônica.