A doença de Crohn é uma doença inflamatória crônica que pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal. Estudos mostram que cerca de 30% dos casos envolvem apenas o íleo; em torno de 40% envolvem o íleo e cólon e cerca de 30% envolvem somente o cólon.
Os sintomas mais comuns da doença de Crohn são: diarreia crônica com dor abdominal, febre, perda de peso, abdômen sensível e presença de uma massa ou distensão, que pode ser palpável.
Uma das manifestações mais desafiadoras e frequentes desta doença é o comprometimento perianal, que afeta aproximadamente 25 a 33% dos pacientes. Esta condição pode se apresentar de diversas formas:
Incontinência fecal – perda involuntária ou incapacidade de controlar adequadamente a saída de fezes ou gases.
Estenose anal – condição na qual o canal anal se estreita anormalmente, causando dificuldade ou dor durante a passagem das fezes.
Abcesso anal – cavidade repleta de pus na região ao redor do ânus, que pode ser bastante dolorosa. O paciente poderá notar um caroço na região anal, sangramento ou eliminação da secreção. O abscesso deve ser drenado assim que for diagnosticado.
Fístula anal – um túnel entre a pele ao redor do ânus e o canal anal, que pode infeccionar, levando a um acúmulo de pus, além de causar dor e sangramento. Algumas fístulas são mais graves ou complexas do que outras, dependendo da extensão, localização e ramificações. O tratamento dependerá da complexidade.
Fissura anal – pequeno corte ou rasgo na borda anal. Pode surgir após um trauma local, como uma evacuação com fezes endurecidas. Pessoas com doenças inflamatórias intestinais tendem a apresentar fissuras crônicas. A fissura pode provocar dor e sangramento.
Plicoma anal – crescimento da pele na região do ânus. Podem ser tanto grandes, inchados e duros, quanto macios e indolores.
Tratamento
A abordagem ao comprometimento perianal na doença de Crohn deve ser cuidadosa e multidisciplinar. O tratamento será conduzido conforme as causas e a gravidade do quadro.
O comprometimento perianal na doença de Crohn é um aspecto que merece atenção especial, tanto pela complexidade do seu manejo quanto pelo impacto significativo que pode ter na vida dos pacientes. Com uma abordagem integrada e personalizada, é possível alcançar melhores resultados e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados por esta condição desafiadora.