A maneira mais adequada de tratar o paciente com Síndrome do Intestino Irritável (SII) é por meio de um olhar integral e individualizado. Busco sempre esse tipo de abordagem em meus atendimentos, especialmente nos casos em que percebo quadros de estresse e ansiedade causando ou agravando a situação. Assim, para além da alimentação, a SII requer atenção a fatores emocionais.
Para quem não conhece, a SII é um distúrbio dos movimentos intestinais, da sensibilidade dos nervos intestinais ou da maneira como o cérebro controla algumas dessas funções.
Nesses quadros, mesmo que o funcionamento normal do intestino esteja afetado, não são detectadas alterações ou inflamações por meio de colonoscopia, exames de imagem, biópsias ou exames de sangue. Essa é a principal diferença entre a SII e as Doenças Inflamatórias Intestinais.
Sintomas
Os sintomas da síndrome do intestino irritável incluem dor abdominal, diarreia ou constipação, gases, dores de cabeça, fadiga, depressão, ansiedade, dores musculares, problemas de sono e até dificuldade de concentração. Alguns pacientes têm aumento da circunferência abdominal (distensão), muco nas fezes e sensação de esvaziamento incompleto após a defecação.
Não sabemos exatamente o que causa a SII. Alimentos com alto teor de calorias ou uma dieta com alto teor de gordura podem ser um fator desencadeante para algumas pessoas. Para outras pessoas, trigo, laticínios, feijão, chocolate, café, chá, alguns adoçantes artificiais, alguns tipos de verduras ou frutas parecem agravar os sintomas.
Ansiedade
Situações de estresse crônico ou de ansiedade também costumam desencadear os quadros de SII ou piorá-los. Sabe porque? O intestino tem muitos nervos, que estão constantemente se comunicando com o cérebro, recebendo e enviando sinais. Os impactos da ansiedade no tubo digestivo são recorrentes, devido à presença dos receptores de neurotransmissores importantes para a regulação do humor.
Tratamento
Os sintomas da SII melhoram em algumas pessoas quando elas limitam o consumo de alimentos com alto teor de oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis (conjunto de alimentos conhecidos como FODMAPs). Medicamentos também podem ajudar nos momentos em que a doença está ativa.
Se o paciente estiver submetido a situações de estresse e ansiedade, a melhor indicação é buscar um médico especialista para tratar o quadro clínico e um terapeuta ou psiquiatra para avaliar a ansiedade ou depressão. Quando o tratamento psicológico consegue reduzir o nível de estresse, também reduz a gravidade das queixas intestinais.